Autismo: A Evolução dos Critérios de Diagnóstico
Como o Autismo Evoluiu nos Manuais Diagnósticos: Da Psiquiatria ao Conceito Moderno de Espectro
A Prefeitura do Município de Leme, por meio da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e do Centro de Atendimento da Pessoa com Autismo, dá continuidade à série de conteúdos informativos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nesta edição, o foco é a evolução do autismo nos principais manuais diagnósticos utilizados mundialmente, especialmente o DSM – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
A compreensão do autismo passou por transformações profundas ao longo das últimas décadas. Até os anos 1970, a condição era frequentemente confundida com esquizofrenia infantil, o que gerava diagnósticos equivocados e tratamentos inadequados. A mudança significativa começou em 1980, quando o DSM-III incluiu pela primeira vez critérios específicos para o autismo infantil, classificando-o como “Transtorno Autista” e rompendo com antigas interpretações psicanalíticas.
Essa edição também definiu três características essenciais:
l dificuldades graves de comunicação;
l pouco interesse por pessoas;
l respostas incomuns ao ambiente, com início antes dos 30 meses de vida.
Com o DSM-III-R, em 1987, os critérios foram ampliados para incluir manifestações mais leves, permitindo identificar um número maior de indivíduos dentro do espectro — ainda que o termo “espectro” não fosse utilizado oficialmente.
Em 1994, o DSM-IV deu novo passo ao reconhecer diferentes apresentações do transtorno, incluindo a Síndrome de Asperger como subcategoria. Já em sua revisão de 2000, essa edição passou a trabalhar explicitamente com a ideia de espectro, evidenciando a diversidade de características e níveis de suporte que cada pessoa pode apresentar.
A maior mudança, no entanto, ocorreu em 2013, com o DSM-5. Nele, todas as subcategorias anteriores foram unificadas no termo Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa reformulação trouxe mais precisão ao diagnóstico, reduzindo ambiguidades e proporcionando uma avaliação mais abrangente. O manual também enfatizou o caráter multifatorial do autismo, reconhecendo-o como uma condição do neurodesenvolvimento.
Em 2022, o DSM-5-TR trouxe novas atualizações, detalhando níveis de suporte necessários (de pouco substancial a muito substancial) e reforçando que o diagnóstico deve considerar prejuízos clinicamente significativos na interação social, comunicação e comportamento. A revisão também buscou tornar os critérios mais rigorosos, evitando diagnósticos excessivos e mantendo a precisão científica, conforme apontado pelo psiquiatra Michael First.
Ao longo dessa trajetória, a evolução dos critérios diagnósticos contribuiu para uma compreensão mais ampla, humana e embasada do autismo — afastando visões ultrapassadas, reduzindo estigmas e fortalecendo políticas públicas voltadas ao atendimento qualificado.
Informações adicionais podem ser adquiridas na Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, localizada na Rua Cel. João Franco Mourão, 308 - Centro ou pelo telefone 3097-1068, ou diretamente no Centro de Atendimento da Pessoa com Autismo, localizado na Rua Luiz Da Roz, 825 - Centro, ou pelo telefone (19) 3097-1053.
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE LEME

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